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segunda-feira, 21 de abril de 2014



Relatos

uma mulher madura, mas com cabeça de menina, tinha passado por muitos ensaios. Em seu universo, se julgava feliz. Então conheceu um homem diferente, longe dos seus ideais. Ele tinha tão pouco a oferecer, não era livre... não era disponível.. Não era aconselhável. Porém ele insistiu se mostrou amigo e apaixonado, a preveniu das armadilhas da vida. Mas esqueceu de preveni-la dele mesmo. As dores que ela sentiria, das decepções que ela viveria, da solidão que ela experimentaria por ele provocadas. Em seu universo, ainda com cabeça de menina, seus instintos maduros a alertaram das mazelas dessa união, porém acreditava tudo poder vencer.
Ele, maduro e vivido, calejado por suas experiências, não se apercebia da fragilidade daquela mulher, no intuito de ensinar, de fazê-la crescer, ele colocava cargas pesadas em sua alma, em sua mente em seu coração, pois a enxergava como uma mulher madura, capaz de sustentar tal peso. Ela fraquejava, se encurvava, absorvia todas as cargas sem refletir sobre o bem e o mal daquele peso. Doíam-lhe as costas, tropeçava, caia e levantava. A noite sozinha em seu mundo, chorava e pedia forças ao seu coração para seguir em frente.
Ele, talvez com suas boas intenções em fazê-la crescer, não entendia porque essa “menina-mulher” fraquejava tanto. E assim, eles sustentavam essa relação, pesos, duvidas insistências e motivação. Sim, havia motivação. Alegria, cumplicidade, afinidades e sentimentos. Mas eram nos momentos de trégua, de descanso, de esperança. Aos poucos, ela foi cedendo as suas dores, aos seus cansaços e começou a rebelar-se! A pedir socorro!
Ele, indignado com tal fraqueza, era implacável! Não entendia! Ele prosseguia, pois acreditava estar fazendo o bem. As chibatadas, lançadas por ele, na alma daquela mulher eram, no seu entender, benévolas, mesmo que seu coração estivesse apertado por agir assim.
Então numa ultima esperança, ela arriou aquele peso de suas costas, ajoelhou diante dele e olhando em seus olhos lhe falou:
 _ Eu não sou esta mulher! Eu não sou grande e não consigo crescer do jeito que você quer. Porque me preveniste da vida e não de você? Não enxerga a dor que me provocas? Não percebe que eu preciso de tão pouco para ser feliz? Quando você tira as cargas dos meus ombros, consigo caminhar? Que o carinho que me proporciona em nossos curtos momentos de paz, é suficiente para me fazer levantar e prosseguir? Você é capaz de me fazer feliz sem cortar minha alma.
Nada peço senão seus afagos e o sentimento verdadeiro. Me livre desse peso e ajude-me a caminhar de mãos dadas, me ensine a pular as pedras do caminho. Dê-me pouco, mas quando me der, dê de verdade e por inteiro aquilo que todo ser procura... AMOR.
...
Então aquele homem, ajoelhou-se ao seu lado e respondeu:
 _Suas cargas nunca foram maiores que as minhas, apenas aprendi a sustentá-las.
E os dois se levantaram e com olhos de esperanças seguiram juntos, lado a lado dividindo o peso da difícil arte de amar.



Um beijo aos hipotéticos visitantes..
desta loira que vos fala...
Marcia Filgueiras